Rosângela Cristina

Meu nome é Rosangela Cristina, tenho 33 anos, e sou telefonista, vendedora, cabeleireira e estudante de enfermagem. Tenho queimaduras no rosto e por todo o corpo.

Em 1986 eu tinha 12 anos e estava perto de um carrinho de pipoca que explodiu, me queimando toda e também outras crianças que estavam próximas. Entre todas eu tive as queimaduras mais graves. Meu irmão também se queimou, mas muito menos.

Tudo foi muito difícil no início, passei por várias cirurgias. O que me ajudou muito foi o apoio que tive da família e amigos, além de acompanhamento psicológico por 4 anos, para começar a aceitar o que aconteceu e voltar a me socializar. Hoje já me aceito, saio com amigos, trabalho e estudo. Estou me envolvendo com a AboutFace Brasil para ajudar as pessoas que como eu tiveram suas vidas mudadas de um dia para o outro e precisam se aceitar na nova condição e superar o problema. Todas as pessoas têm o direito de viver e socializar, desenvolver seus talentos e construir uma carreira independente de como elas são no lado de fora.

Até hoje as pessoas me olham, as vezes encaram e perguntam o que houve comigo, como foi, etc. Quando acontece naturalmente e sinto que a pessoa é séria, se interessa por mim, eu respondo e conto como foi, mas quando existe só curiosidade, percebo e não dou atenção.

Deputado Federal Reginaldo Lopes

Qual é a sua diferença facial?

A minha diferença facial é hemagioma.

Já sofreu algum tipo de discriminação por causa da diferença?
Discriminação propriamente dito não! Mas olhares curiosos sempre existem!

Já se sentiu incomodado por olhares ou provocações quando criança ou adolescente?
Incomodado sim, principalmente nestas fases (criança e adolescência) sempre existe os olhares e os comentários às vezes mais por curiosidade do que por diferença, mas precisamos ter sempre uma boa formação (orientação) psicológica para que isto não seja uma barreira para se relacionar com as pessoas.

O que aconselha para aqueles com diferenças e que possuem baixa auto estima?
Aconselho que a pessoa deve sempre ser muito positiva com a sua diferença, aceitando sem ter revolta. Pois partindo deste principio fica muito mais fácil encontrar a felicidade aceitando as coisas do jeito que elas são. O ser humano tem sempre que acreditar que os desafios estão ai para serem superados!

Como acha que as pessoas com diferenças ou deficiências podem se beneficiar com a AboutFace?
Acho que o AboutFace pode e deve ser muito aproveitado no sentido de orientação, inclusão e auto conhecimento destas pessoas. Tenho muito orgulho de participar desta entidade que nasceu com um objetivo tão bonito e humano.

Welton

Sou Welton nasci no dia 03/05/1978 e com 7 meses de idade fui acometido de uma febre muito alta e levado as pressas para o hospital e foi diagnosticado que eu estava sofrendo de paralisia infantil. Fiquei em coma por alguns dias e os médicos diziam aos meus familiares que eu tinha chances remotas de sobrevivência.

Minha família por sua vez desesperada assinou um termo de responsabilidade junto ao hospital e me levaram pra casa correndo risco de vida. E  com passar dos dias eu fui me recuperando e começou a voltar os movimentos dos membros superiores, e os membros inferiores por sua vez não voltaram. Fazendo com que eu precisasse usar uma cadeira de rodas para me locomover.
Na minha adolescência eu foi uma criança traumatizada por ver seus amigos brincarem e eu não poder brincar com eles de bola e etc.

Mas o carinho e o apoio de minha família fizeram com que eu superasse esse momento e hoje com 29 anos, sou  casado e tenho uma banda gospel onde eu sou o vocalista e líder dessa banda. E tenho uma vida cheia e rodeado por amigos que o assumiram e o respeitaram da forma que eu sou.
É com muito prazer que escrevo este depoimento para você que também tem uma deficiência ou uma diferença seja ela qual for, existe um espaço na sociedade para você, só depende de você para conquistar este espaço!!!  Vá em frente não desista nunca você pode!!!!!!!!!

Stephanie Bastos

Nascida em Miami é filha de pais brasileiros. Em 1995 Stephanie sofreu um acidente automobilístico que a deixou sem parte da perna direita e mesmo assim continua a dançar usando uma prótese. Stephanie deseja continuar a inspirar artistas com e sem deficiência, e servir como ícone de fé e aptidão.

Ela pertence a Axis Dance Company, que tem dançarinos com e sem deficiências. Ela diz: “Não tenha medo de olhar para pessoas com deficiências. Tudo bem em olhar para nós, ser curioso é bom”.